Marta Suplicy: a simples estratégia de dizer a verdade, e o desespero de Ricardo Nunes
por Leandro Nappi
O assunto do momento é a saída de Marta Suplicy e a união, dita repentina, com Guilherme Boulos do PSOL. Para muitos, de fato, abrupta; para outros, uma bomba ao pé do prefeito Ricardo Nunes, pronta para ser detonada a qualquer momento... e foi!
E nesta ele não sairia, em hipótese alguma, como marido traído; foi ele quem conflagrou uma situação embaraçosa e sem saída para si mesmo.
Saiba agora, em primeira mão, a estratégia que demonstrará os fatos e levará o público e a imprensa para a realidade dos acontecimentos que antecederam a saída de Marta da prefeitura, rumo à disputa eleitoral de 2024 ao lado de Boulos.
No último sábado (13), Marta Suplicy recebeu Guilherme Boulos em sua casa, selando a aproximação com o prefeiturável do PSOL e sedimentando tudo o que a imprensa especializada havia alardeado: "Marta voltará ao PT e será vice de Boulos", até aí, sem novidade para a maioria.
O como se desenrolou isso, é que ainda é muito nebuloso e pouco explorado pela mídia especializada.
A ex-prefeita não saiu da Secretaria Municipal de Relações Internacionais pela janela, como querem fazer parecer. Foi Bolsonaro que estava entrando pela porta da frente. E nesse ambiente, ambos não topam coexistir. E isso eles nunca fizeram segredo para ninguém. Jair Bolsonaro abomina Marta Suplicy, e a recíproca é verdadeira. Alguém teria que sair.
Marta não é de hoje; já demonstrava desconforto com a chegada de bolsonaristas ao gabinete do Prefeito Ricardo Nunes. Mas, como tudo na política pode mudar a qualquer momento, a ex-prefeita acompanhava com cautela esses movimentos e não escondia sua insatisfação.
Nunes, como praxe de sua fraca articulação política — sua estratégia é cada dia mais desastrosa, e já cheguei a falar disso em outras oportunidades —, diz aos apoiadores do ex-presidente que está com Bolsonaro, e aos contrários, que ele jamais teria força dentro de sua administração, e que não se curvaria ao bolsonarismo. Típica jogada para não desagradar ninguém, que na política quase sempre desagrada todo mundo. A mentira na política tem medidas e travas diferentes, e o prefeito vem ignorando isso mês a mês na construção de sua candidatura à reeleição.
Preconizando um desastre anunciado
Ao tentar enfraquecer a postura de Marta Suplicy diante do convite oficial de Lula em Brasília, seu gabinete vazou para imprensa que ela não atendia telefonemas após o encontro com o presidente da república, como se fugisse do chefe. Mas a dinâmica de fato não foi exatamente essa...
Voltemos ao final de 2023...
Quarta, 20 de dezembro, diretório nacional do PL. Valdemar sela com Bolsonaro o apoio a Ricardo Nunes. O Presidente nacional do partido informa Nunes de que o acordo foi selado e que segue combinada a indicação do vice. O gabinete do prefeito vaza a informação para a imprensa, na ânsia de encurralar partidos que estavam insatisfeitos com este impasse e já se movimentavam para abandonar o barco.
Diante do claro impasse, ao ter uma secretária no governo que fez campanha para Lula e sempre se declarou contra o bolsonarismo em público, teria ali Nunes uma questão interna a resolver, antes que o constrangimento se tornasse público. Mas àquela altura, o Natal já estava na porta, e a decisão do gabinete foi fingir que não viu o elefante em cima da mesa.
Marta não só não foi procurada pelo entorno ou pelo próprio prefeito, como não foi consultada de como agiria dali em diante. Ficou em silêncio, aguardando algum posicionamento do gabinete. Ela já havia externado o desinteresse em ocupar o mesmo espaço que o ex-presidente do PL e seus asseclas. Mas o silêncio imperou.
Foi aí que o convite para um despretensioso jantar transformou-se em uma visita oficial ao gabinete de Lula em Brasília, algo formal e que deu um peso diferente. Lula trucou, e Marta topou; ela teria ali a opção de sair no momento oportuno, e em uma negociação sólida. A outra opção seria ficar e conviver com aquele palanque, no mínimo, estranho para sua trajetória política.
Ficou bom para todo mundo, e a ex-prefeita Marta Suplicy entoará a verdade: Saiu porque não daria para ficar e não traiu ninguém, seguiu seus princípios de uma Frente Ampla anti-Bolsonaro, e que Ricardo Nunes que mudou desde quando estava ao lado de Bruno Covas, não ela. Voltar ao PT agora é um movimento para barrar o bolsonarismo em SP.
Ricardo Nunes, que já não conseguia organizar sua bagunça, ao não jogar limpo, deu espaço para perder aliados fiéis. E a debandada só começou.
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